Da natureza
exuberante
Das curvas
acentuadas
Da violência
provocada,
Calcada no
sangue bronzeado, no estupro institucionalizado
Tragédia
anunciada
Queimando
como bruxa
Queimando
como índio
Como marginalizada
que é
Sem palavras
Nem de quem
leu Lusíadas
Nem de quem
perdeu Luzia
Minha menina
brasileira
Que nasceu
sem pai
Que teve
amnésia
Insanidade
Histeria
Que é tão,
tão bonita
Como a sua
natureza
Que incendeia
a calça dos moços pelo caminho
Que provoca
ardor, até no lugar mais inóspito
E dói, no
perito do que sabem
Que você
guardara os traços
Que formaram
uma vez quem somos
Tragédia
anunciada
Que
transforma em cinza
Os muros
As vidas
As histórias
Minha menina
brasileira
Das coxas
bonitas
Do lombo que
guarda cicatrizes
Que tarda em
compreender
Que tais
marcas são raízes
Esperando a
gota d’áua
Para
florescer.
Mariáh Forti
Nenhum comentário:
Postar um comentário