Escutem as vozes
Que gritam
Que urram
No silêncio
Por amor
Escutem o motor dos carros
Todos tão caros
Quem os tem não teme nenhum dissabor
Escutem nas vielas
Nos escombros das favelas
O canto dos sofredores
Escutem o silêncio dos rios
Na cidade grande
Escutem o barulho da vida
Na mata gigante
Escutem
É um pedido
Porque se ninguém escutar
Logo nós
Não seremos ouvidos
Escutem as mães
Que choram
Que vibram
Pela justiça dos seus filhos perdidos
Que não viram outro caminho
Se não se perder
Escutem os sábios
Que dizem
Que clamam
Exigem
Justiça
Pro amor prevalecer
Pro amor vencer
Escutem e por fim digam
Coloquem um fim nessa dor
Vamos todos unidos
Em prol de um único fervor
Dançar com as balas
Que vem nos ferir
Emocionar com as falas
De nós pra nós
Por aqui
É tempo de luta
É tempo de força
É tempo de união
Escutem as massas
Pedindo revolução!
Mariáh Forti
sexta-feira, 26 de maio de 2017
Sarau NOIA
Dia 06/05, foi dia de perceber o quão maravilhoso é o espaço que frequentamos dia-a-dia: um espaço aberto para expressão, seja ela qual for. E mais que isso: é um espaço aberto para conhecer, trocar experiências, criar!
Teve varal de poesia, teve banda arrasando, teve encenação, teve forró, churrasquinho, cerveja e muito amô!
Amizades e conexões vão se criando e são nesses momentos que fica claro que o NOIA é como uma segunda casa, como uma grande família.
As fotos abaixo mostram tudo isso e perpetuam este evento tão bonito!
Sofia Espanion
Sobre a Greve Geral
É sempre complicado tratar de temas políticos, principalmente quando o país está passando por uma crise, porque esse ambiente incerto esgota a esperança de qualquer cidadão, e acreditem-me quando digo, a esperança é o cerne da mudança social, politica e moral de qualquer país. É ela que nutre o caráter, fortalece a honra. Quando perdemos a esperança num Brasil melhor, perdemos junto com ela a vontade de transformar esse Brasil em um país melhor.
É também nesses momentos que a união se faz necessária, que a mobilização se faz necessária, é só com as pessoas nas ruas, conscientes de seus direitos e deveres, lutando pelo que é delas de direito, que as garras do fascismo e da corrupção recuam.
Não se trata de esquerda ou direita, nunca se tratou, se trata pura e simplesmente de os fazer ouvir. Ouvir o que queremos, ouvir a que viemos, e não apenas escutar, ouvir.
É preciso que as pessoas ouçam que os direitos ao trabalhador conferidos pelas reformas trabalhistas em 1932 não podem ser desnaturados e renegados de tal maneira. É preciso que as pessoas entendam o quão importante é estar lado a lado com outras pessoas, como irmãos. A mobilização social é uma das únicas –se não a única- maneira de reaver o que é nosso: a democracia.
É preciso que estudem e que entendam sobre a reforma previdenciária, aqui quem vos diz não é uma pessoa de esquerda, mas sim uma cidadã brasileira, preocupada com os idosos, os adultos e as crianças que sofrerão os impactos desses projetos tão mal elaborados e precários.
É certo que vivenciamos um golpe, em 2016. Prova disso as atitudes mimadas e cheias de elitismo tomadas pela oligarquia que agora toma as rédeas do Brasil.
Se não me fiz convincente o suficiente, tenho ainda mais uma coisa a dizer.
Entendo que o medo é o refúgio, que limitações também são de certa maneira, proteções, mas como fonte de todas as coisas, que a arte nos diga o que tem de ser dito, e que elucide o momento em que estamos vivendo, e que nos torne vivos, e livres, e, por fim, humanos.
Mariáh Forti
INTERTEXTO
Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro
Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário
Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável
Depois agarraram uns desempregados
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei
Agora estão me levando
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo.
quinta-feira, 25 de maio de 2017
As palavras que voam com o vento
As palavras que voam com o vento,
Resquícios de profundo pensamentos,
Que interagindo através do tempo
Estimularam a união.
Se tornam tesouro, até sagrado
Guardado a sete chaves no fundo do mar,
Esse envolto em magia estranha,
Pedindo sobrenome pra quem quer mergulhar.
Quando a ganância nele escorre,
O consome e tira a vida,
Manipula quem alcança
O demônio da mentira
A mais potente arma criada,
Quem atinge, cega e surda
Genocídio de caráter
Mas quem não vê, nunca retruca.
E as palavras que me escorrem hoje,
Seriam lágrimas ou indignação?
Ver a potencial cura do homem
Escravizando um outro irmão.
Joana Arco e Flecha
Joana Arco e Flecha
quarta-feira, 24 de maio de 2017
...Vai tá quente
Sou fruto do quê?
Do meio,
do gene,
da mãe,
da mídia,
de Deus?
Sou feito do quê?
De células,
de átomos,
de água,
de informação,
de costela de Adão?
Para onde vou?
Para a terra,
para o pó,
para o chão,
para a TV,
para o inferno?
Não importa!
Mas por via das dúvidas...
...vou levar bronzeador...
Luci Passos
Dinâmica na aula de Biologia
Nessa terça, dia 23/05, tivemos uma aula diferenciada de biologia para visualizar e entender melhor os processos de Replicação, Transcrição e Tradução do DNA. O professor Vinícius trouxe um modelo de DNA feito a partir de espuma colorida e palitos de dente. Os alunos Caio, Marcelo e Yush foram escolhidos para representar as enzimas que fariam parte dos três processos. A aula fugiu dos esquemas convencionais, porém conseguimos aprender e nos divertir!
Julia D'Auria Antuniassi e Luana Spadim
segunda-feira, 15 de maio de 2017
Baile de máscaras
Neste baile que é a vida,
Todo mundo dança
Ponha logo tua máscara,
Ou controle sua ganância.
Uma máscara por momento,
Use-as sem moderação
Ou se é o que desejam,
Ou outro escolherão.
E essa história de amizade,
É melhor deixar pra lá
Peões são descartados,
Pois só um pode reinar.
Mas antes já aviso,
Muito cuidado meu irmão
O verdadeiro baile só começa,
Quando as máscaras vão ao chão.
E nessa hora, que surpresa!
Uma tremenda inversão,
Quando sem máscaras nem riqueza
Enxergamos o coração.
Joana Arco e Flecha
Joana Arco e Flecha
Falar sobre o NOIA é aventurar
Falar sobre o NOIA é aventurar-me por uma história que contam e recontam. Imaginem, voltemos à segunda metade da década de 80. Uma casa pequena, uma mesa redonda, meia dúzia de cadeiras, uma placa feita a mão “AULAS – TODAS AS MATÉRIAS: Português, Matemática, Física, Química, Biologia, História e Geografia”. Uma única professora. Dizem que foi assim que começou!
E foram aparecendo alunos e mais alunos... alguns podiam pagar, outros nem tanto, uns levavam cadeiras, outros livros, alguns só a vontade de estudar, outros nem sequer a vontade. Alguns tinham prova na escola, outros queriam passar no vestibular.
E a mesa redonda foi ficando pequena demais, foi ficando apertada. Um ia ensinando o outro, um sentava na poltrona rasgada, outro lia deitado na cama, alguns preferiam a varanda, outros se esparramavam no sofá... e chegaram à calçada! Os vizinhos foram emprestando mais mesas, levavam quitutes, dava gosto de ver, era gostoso aprender!
Mais professores foram chegando, a quantidade de livros foi crescendo, a estrutura organizando-se, o número de alunos aumentando. Nascem assim, o cursinho pré-vestibular, os grupos de estudo e as aulas particulares... Cresce o cursinho, formam-se turmas, mas sempre turmas pequenas, até trinta alunos, período integral, numa tentativa de manter a essência da casinha pequena.
Ah, a saudosa casinha pequena! Todos juntos, estudando, aprendendo, ensinando. Próximos, alunos e professores, alunos-professores, professores-alunos. “Donde nóis passemo os'dias feliz de nossas vida”.
De tanto crescer, endureceu. Horários rígidos: 7h – Português, 8h – Matemática, 9h – História. Desliga o botão! Liga o botão! Sai professor! Entra professor! Desliga! Liga! Desliga! Liga! Desliga! Liga!
Desliga tudo! Para tudo! Não somos máquinas... os alunos não são máquinas! Cadê a alegria de aprender, cadê o gosto do saber?
Era preciso mudar, voltar ao passado, há vinte anos. Amadurecidos. Renovados. Tomamos coragem (morrendo de medo)! Mudamos. Melhoramos.
Aperfeiçoamos.
Turmas ainda menores, maior proximidade entre as pessoas, no máximo quinze alunos por professor. Horário de adolescente cibernético, as aulas começam depois das 8h. Professores compartilhando a mesma sala de aula, maiores chances de trocas interdisciplinares. Estudantes com maior liberdade para montar seus horários, dados os limites colocados pela escola. As pequenas mesas redondas multiplicaram-se.
Começa um novo ano letivo. Primeira aula:”Quem quiser estudar Matemática venha aqui!”, “Física, física, MRU, Movimento Retilíneo e Uniforme!”, “Pré-história, vamos a pré-história!”. Por cinco minutos parecia uma feira livre. Era professor chamando alunos e alunos perguntando o que fazer.
De repente o silêncio, cada professor com seu grupo... passa uma hora, meninos estudando... passam duas horas, meninos estudando. Nós, professores, cruzando olhares: eles não deveriam estar pedindo um intervalo? E cada professor sussurra para seu grupo: “Vocês não querem, por um acaso, fazer um intervalinho e, talvez, mudar de matéria, estudar outra coisa?”
Por alguns dias, a feira livre. Mas pouco a pouco os alunos começam a dirigir-se às aulas sem confusão. Dia a dia passam a montar seus horários e seus grupos. E haja trabalho duro dos professores tutores, em encontros com seus filhos-tutorados. Como vão os estudos? O que está mais difícil? E mais fácil? E como está em casa? E aqui na escola? E o vestibular? E o namorado? E a vida?
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Tem aluno que dá mais atenção à Redação, tem aluno que deveria dar mais. Já outros só querem saber das Exatas, só das Humanas, só das Biológicas... “Pouco prudente!”, dizemos a eles. Temos os poetas, os artistas, temos os super-racionais, os ultraemotivos. E eles vão se encontrando, e nós vamos nos conhecendo...
Alguns aos poucos começam a se soltar e vão estudar a sós na biblioteca, outros passam a ler todo dia o jornal. Os que ficam estudando à noite ganham a chave de casa e ajudam-nos a fechar a escola. Não posso esquecer-me do grupo que só quer ficar na salinha do meio, esperando algum professor passar para fazer alguma pergunta.
E assim, o ano foi passando, o vestibular se aproximando... O psicólogo trabalhando: risos, choros e chocolates... A cozinha fervilhando: almoços, chás e bolinhos de chuva... Os alunos estudando: aulas, livros, listas, dúvidas, erros, acertos...
Agora temos um novo e maravilhoso problema a resolver: excesso de alunos interessados!
quarta-feira, 3 de maio de 2017
O antagonismo de um laço
A vida é cheia de laços,
mas devido a tantos fracassos
talvez seja com outro laço
a quem ela um fim vou dar.
Já me cansei de escutar,
se cair, levante!
impossível nesse instante,
não há mais forcas pra lutar.
Estou apenas a um passo,
deste fardo libertar
com meu laço apertado,
minha amante desfrutar.
Desta vida moribunda
já me sinto esvaziado,
a Dona Morte já esta vindo,
minha amante vem sorrindo, ela vem me libertar.
Joana Arco e Flecha
Joana Arco e Flecha
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