sexta-feira, 26 de maio de 2017

Sobre a Greve Geral


    É sempre complicado tratar de temas políticos, principalmente quando o país está passando por uma crise, porque esse ambiente incerto esgota a esperança de qualquer cidadão, e acreditem-me quando digo, a esperança é o cerne da mudança social, politica e moral de qualquer país. É ela que nutre o caráter, fortalece a honra. Quando perdemos a esperança num Brasil melhor, perdemos junto com ela a vontade de transformar esse Brasil em um país melhor.

    É também nesses momentos que a união se faz necessária, que a mobilização se faz necessária, é só com as pessoas nas ruas, conscientes de seus direitos e deveres, lutando pelo que é delas de direito, que as garras do fascismo e da corrupção recuam. Não se trata de esquerda ou direita, nunca se tratou, se trata pura e simplesmente de os fazer ouvir. Ouvir o que queremos, ouvir a que viemos, e não apenas escutar, ouvir. 
   É preciso que as pessoas ouçam que os direitos ao trabalhador conferidos pelas reformas trabalhistas em 1932 não podem ser desnaturados e renegados de tal maneira. É preciso que as pessoas entendam o quão importante é estar lado a lado com outras pessoas, como irmãos. A mobilização social é uma das únicas –se não a única- maneira de reaver o que é nosso: a democracia. 
   É preciso que estudem e que entendam sobre a reforma previdenciária, aqui quem vos diz não é uma pessoa de esquerda, mas sim uma cidadã brasileira, preocupada com os idosos, os adultos e as crianças que sofrerão os impactos desses projetos tão mal elaborados e precários.
   É certo que vivenciamos um golpe, em 2016. Prova disso as atitudes mimadas e cheias de elitismo tomadas pela oligarquia que agora toma as rédeas do Brasil. Se não me fiz convincente o suficiente, tenho ainda mais uma coisa a dizer. 
   Entendo que o medo é o refúgio, que limitações também são de certa maneira, proteções, mas como fonte de todas as coisas, que a arte nos diga o que tem de ser dito, e que elucide o momento em que estamos vivendo, e que nos torne vivos, e livres, e, por fim, humanos. 

Mariáh Forti

INTERTEXTO

 Primeiro levaram os negros 
Mas não me importei com isso 
Eu não era negro 

 Em seguida levaram alguns operários 
Mas não me importei com isso
 Eu também não era operário

 Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
 Porque eu não sou miserável

 Depois agarraram uns desempregados 
Mas como tenho meu emprego 
Também não me importei 

 Agora estão me levando
 Mas já é tarde.
 Como eu não me importei com ninguém
 Ninguém se importa comigo. 

Bertolt Brecht











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