terça-feira, 10 de outubro de 2017

Outubrite e Novembrite: as tensões dos pré-vestibulandos

Outubrite e novembrite: as tensões dos pré-vestibulando

Rodrigo Clemente Ballalai

  Dias atrás ouvi um jovem dizer a sua professora: “essa época é duro, você não sabe se quer que as provas cheguem logo ou se elas demorem para acontecer”. Fiquei solidário a angustia desse jovem vestibulando e pensando como esses meses de outubro e novembro são dificílimos para todos os envolvidos nesse processo de vestibular.
  Para quem não está familiarizado com o tema, nesses meses antecedem as datas de realização dos mais concorridos vestibulares brasileiros, como exemplo o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) que ocorrerá nos dias 05 e 12 de novembro próximo. Com o tiro de largada disparado, explode um fenômeno muito comum que é a tensão pré-vestibular. É bem verdade que para muitos alunos, pais e professores, essa tensão os acompanha desde o inicio do ano letivo, ainda que de forma não tão evidente como agora.
  Quem frequenta ou já frequentou salas de um cursinho pré-vestibular consegue nitidamente perceber estudantes e professores exaustos, muitos afastados por estarem doentes, outros tantos a flor da pele: irritados, desconcentrados, nervosos, profundamente apáticos ou agitados.
  Muitos podem questionar se não são exageradas essas intensas reações emocionais, consequência de um profundo despreparo desses jovens, já que eles estudam em bons colégios e recebem muita retaguarda de pais e educadores.
  A primeira resposta seria sim e não, pois realmente muitos dos nossos vestibulandos receberam treinamento intensivo desde o inicio de sua escolarização e confortáveis condições materiais no decorrer desse processo. Entretanto às vésperas das realizações das provas dos vestibulares um profundo mal estar é deflagrado, oscilando entre preocupações e tensões corriqueiras e graves perturbações psíquicas e adoecimentos físicos.
  Algumas pesquisas científicas apontam que a sobrecarga continuada de stress que esses jovens são submetidos é incompatível com seu repertório de enfrentamento dentro do seu processo maturacional, ou seja, não dispõem ainda de uma caixa de ferramentas para tamanha pressão. Ainda revelam que a capacidade para lidar com essas tensões dos processos avaliativos é tão decisiva para um bom desempenho quanto as competências e habilidades cognitivas trabalhadas a exaustão nos bancos escolares.
  Nos consultórios, colégios e cursinhos pré-vestibulares ouvimos sobre o medo da reprovação, o medo de dar branco ou passar mal no momento da prova, o medo de decepcionar os pais, professores, amigos, medo de ter escolhido o curso errado, medo de sair da casa dos pais, medo de não ter estudado o suficiente, medo de ter desperdiçado um ano inteiro de preparação e de tantos outros medos.
  Acompanhando há mais de uma década vestibulandos, pais de vestibulandos e professores, concluo que não possuímos qualquer saída imediata para a retirada de todas as tensões, ansiedades e estresses desse período. Contudo, um caminho a ser percorrido especialmente com os nossos jovens vestibulandos se faz pelo pensar o significado (singular) que cada garoto ou garota atribui a essa prova e a todo processo de preparação para o famigerado vestibular. Para muitos jovens, esse período pode aprovar ou reprovar não apenas o seu ingresso às diversas instituições universitárias, mas fantasiosamente colocaria também a prova sua autoestima. Podemos pensar na representação de uma prova que se apresenta como decisiva, fomentada ao longo de toda a escolarização como o grande prêmio para aqueles que se ‘dedicaram’. Uma primeira grande frustração para jovens tão desamparados de enfrentamentos das frustrações da vida.
  Proporcionar um espaço para a fala das angustias desses jovens, bem como uma escuta empática que promove uma elaboração e enfrentamento desse emaranhado de sentimentos se faz tão necessário quanto as diversas fórmulas, simulados, aulas, listas de exercícios, revisões que os convencionais ambientes de cursinho oferecerem.




Tapa

Meus ouvidos ouviram
meus olhos viram
 o impulso se propaga
 em meu cérebro uma pancada
 uma resposta involuntária
chega em minha mão autoritária
feixes musculares se contraem
alguns neurotransmissores agem
isso em menos de um segundo
em minha mente quase o mundo
então ela simplesmente para
foi um tapa em sua cara

Luci Passos

domingo, 1 de outubro de 2017

O que foi o Noiando a Arte?

    Foi um entra e sai de gente de todos os tipos, mas com o mesmo sentimento de amor a arte, respeito as diferenças e de alegria. Foi um momento de reencontros de ex-alunos, principalmente de amigos.
    A arte preencheu todo ar, em forma de música, de fotografia, de pintura corporal ou pelas paredes do cursinho, de poesia exposta ou recitada, de dança e de decoração.
    Não foi apenas um dia, mas sim um período que começou com a escolha do tema "Arte contemporânea Brasileira", passou para organização das atrações que teriam, da comida, da decoração e da divisão das tarefas. Até um dia antes a hora de enfeitar e encher de cor o lugarzinho do nosso cotidiano. E finalmente o grande dia!
   Foi uma celebração com muito empenho dos alunos que pensaram minuciosamente em cada detalhe. Do começo ao fim.
    Ah! O Noiando a Arte foi um dia a ser guardado com carinho na memória de todos. Um dia a ser esperado todo ano. Um dia de ARTE e AMOR!

Letícia Mello







segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Quantas vezes você já se apaixonou pela alma de alguém?

   Por vezes, me peguei sonhando superficialidades caninas, rasas e disfarçadas de certezas. A paixão era simbiótica ao desejo e desespero de corpo e alma, ambos angustiados.
   No entanto, buracos vazios não se preenchem com olhos, sorrisos ou materialidades supérfluas. Oblíqua ideia impulsiva!
   Amores cessam sem sequer terem começado quando quando a impulsividade carnal insuficiente faz morada em nós, gritando mais do que pode a frequência dos ouvidos de almas agudas escutar.
   Almas não amam por solidão, gratidão ou pena. Elas existem singularmente, inteiras, sem necessidade de complementos. Ao procurar alguém, a busca é por si mesmo. Vontades são intrísecas, leitor.
   Espíritos dialogam, compreendem e entram em sintonia quando lentes esperançosas acrescem no esclarecimento do indivíduo.
   Após esclarecidas, independem de luxos e podem se manifestar e, com sua delicadeza, decidir se render.
   Atualmente, minha alma se alimenta só. Não se entrega a nenhuma outra, mas se faz de instrumento de cordas. Não há afinação possível para que seja suficientemente audível. Arpejo, em ré menor. Fujo de dós, procurando tu e mi, ao sol. Caso tal melodia não agrade, busque si.

~ pxxsxntxxur


Nas metrópoles de fumaça

Nas metrópoles de fumaça
Que impregnam o coração
Tosse chata, não tem graça
Cadê a cor e a emoção?

Quem são esses, bem trajados
Em prédios altos, não vêem o chão
São quem comandam o papel sagrado
Tal reservado ao alto escalão

Vejo meus irmãos, enraizados
Acostumados a servidão
Desde o passado, acorrentados
Vivendo a fome sem opção

Minha rima é pobre e repetida
Pois remete a escravidão
Vamos juntos, colori-la!
Ainda há tempo pra revolução.

Joana Arco e Flecha

sábado, 2 de setembro de 2017

Atrações Definidas - Noiando a Arte

ATRAÇÕES DEFINIDAS!  
13:00- Exposições ao sonzinho nacional
14:15- Roda de Dança Circular
15:30- Banda "É Nós Queirós"
16:30- Apresentação musical com Nicolas e Felipe
17:00- Oficina de tambores com Julio Astral
18:00- Apresentação da dupla "Baião de Dois"
18:50- Show do artista Pedro Braga Aranha
19:30- Sonzera de Reggae
20:45- Palco Aberto
22:00- Hora de ir embora
E muito mais! Durante todo o evento, no dia 09/09, teremos exposição de arte e transmissão de curtas e performances. E durante os intervalos entre uma apresentação e outra teremos recitação de poemas. Tudo buscando mostrar o movimento artístisco jovem brasileiro (e botucatuense) contemporâneo.


 Nenhum texto alternativo automático disponível.

Agora Sentado


Sentado em um banco gelado 
Relembro momentos tristonhos 
Penso nos dias terríveis 
Sonho um futuro difícil 
Quase caído sobre a mesa 
Paisagens medonhas aparecem 
A luz no fim do túnel é invisível 
A queda é inevitável 
A batida é dolorosa 
E a dor, insuportável 
Deitado encolhido em um canto 
Vejo o final aparente 
Ouço um choro bem baixo 
Grito, chamando, chorando também 
Chamando uma vida de volta 
Implorando o fim do caos 
O caos que está dentro de mim 
E ninguém viu! 

Luci Passos

Última postagem

BATE PAPO COM RENATO FERNANDES